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Arq. Sílvia Aline R. De Rodrigues


Arquiteta pós graduada em Patrimônio Histórico em Centros Urbanos pela UFRGS, especialista em História da Arquitetura, Mobiliário e Moda, ministro aulas em parceria com a escola de decoração PROJETHA, colaboro com artigos, sites, pesquisas e mentoria.


"O Homem que não conhece o passado, não tem inspiração para construir um futuro melhor".



arqsilviaaline@gmail.com.br

Mobiliário no Rococó (séc xviii)

REGÊNCIA (1715 - 1723)

A Regência francesa caracteriza-se pelo período de transição entre dois grandes estilos; o Barroco representado pelo rei Luís XIV e o Rococó que tem como representante o rei Luís XV, nesse período transitório entre esses dois monarcas a França teve como Regente o duque Felipe D´Orleans.
Na Regência francesa funde-se a solenidade do Barroco com sua suntuosidade e majestade e a leveza do Rococó já é demonstrada com a graciosidade e a liberdade das linhas.
Época em que a arte ganha maior expressão, pois estava livre do controle e da disciplina real e longe desse controle as linhas tornam-se mais delicadas, mais reduzidas em suas proporções adaptando-se aos espaços menores e aos pensamentos da época.
Já antes da morte do Rei Sol é notável uma mudança nos estilos onde a pompa já não era demasiada e havia uma maior alegria nas artes, época em que a situação francesa foi ficando mais difícil e os espaços diminuindo seus tamanhos, ficando menores e mais íntimos.
Existiu uma união tão grande entre esses dois estilos no período da Regência que é difícil fazer uma divisão exata.

 

LUIS XV (1723 - 1774)

"O móvel era a preocupação máxima da época. Nunca se viu tal luxo, tal prodigalidade, nunca à imaginação dos fabricantes forneceu formas mais ricas, mais móveis desconhecidos das gerações anteriores." Henri Clouzot


Depois de coroado Luís XV passa a viver em pequenas peças chamadas de apartamentos no palácio de Versalhes, para mobiliar essas peças sente-se a necessidade de móveis mais delicados, menores e funcionais que proporcionem maior conforto sendo elegante e prático.
Neste período com a vida social mais íntima e intensa surgiram muitos móveis, com diferentes finalidades, porém todos prezando pela delicadeza e encantos extraordinários com estruturas esculturais, linhas soltas, leves e assimétricas que pareciam fluir em movimento. Móveis fabulosamente trabalhados, com cuidado minucioso em cada detalhe da sua decoração.
Os elementos decorativos do período tinham como motivos à natureza, buscavam na natureza a fantasia e a inspiração, como por exemplo, as conchas, as flores com caule ou em ramos, as folhagens, rochas... O mobiliário pintado também se tornou muito popular, em vermelho vivo, amarelo, azul, preto ou dourado e a laca era muito utilizada.
Surgiram às pequenas escrivaninhas, o semanário (cômoda com sete gavetas, alta e estreita), bibliotecas, vitrinas e penteadeiras, a marquesa que é parecida com a bergère, sendo que tem o espaldar baixo.
Surgem também as salas de banho formando uma unidade com o quarto de dormir.

As cadeiras mostram perfeita noção de conforto e luxo. Os entalhes à princípio numerosos ficam restritos aos eixos, ao espaldar, assento e braços. O espaldar alto foi substituído por um espaldar mais baixo e as cadeiras eram feitas agora para se adequar mais ao corpo humano, as pernas eram características do período "cabriolet". A chaise longue era mais longa e própria para reclinar, havia a bergère como na época anterior e a bergère confessional.
O estofamento era feito com moirés, brocados, tafetá, toile de jouy ou tapeçarias Gobelins e Beauvais, as tapeçarias usadas para cobrir as cadeiras representavam cenas de personagens lendários ou bíblicos, nos encostos e nos assentos animais, com arremates em guirlandas de flores e pássaros. Os assentos de palhinhas para cadeiras e sofás também foram muito utilizados, nestes eram colocadas almofadas soltas ou fixas recebendo couro ou tapeçaria.

 

ROCOCÓ ITALIANO (1700 - 1800)

O rococó italiano foi inspirado principalmente pelo rococó francês, uma vez que França foi o país precursor desse estilo particular. O estilo rococó italiano foi muito semelhante ao Rococó da França. O estilo na Itália era geralmente mais rebuscado

no mobiliário e mais feminino do que arte barroca italiana em geral, e tornou-se a forma de arte mais popular dos "settecento". Destaque para Pietro Piffetti (ebanista italiano). Uso da decoupage em substituição à Pietra-dure.

 

QUEEN ANNE (1702 - 1715)

Nome dado após o reinado da rainha Anne (1702-1714).

Madeiras: imbuia, cerejeira, mogno bordo e carvalho.

Proporções moderadas, aparência graciosa, curvas delicadas, pernas curvas (cabriolé) sem travessas ou apoios para pés, pouca decoração em formato de concha.

Foi a ultima monarca dos Stuarts na Inglaterra. O mobiliário é gracioso, formas curvas com entalhes delicados. O mogno é a madeira preferida, mas há também peças com pintura branca. Peças pequenas são uma inovação.

 

Estilo Georgiano: (1715 - 1727)

Logo depois de Queen Anne, este estilo era mais pesado, ornamentado e rico. A madeira mogno era a madeira utilizada. Os joelhos das pernas cabriolet de algumas mobílias eram ornamentadas com formato de cabeças de leão, o chamado "lion mask", e nos pés desenhos de patas.

 

CHIPPENDALE (1727 - 1780)

Eram móveis de extrema proporção e curvas bem feitas, Thomas Chippendale, um dos grandes nomes do mobiliário inglês dessa época, foi chamado de "mestre das curvas". Baseou-se em estilos já existentes e as madeiras mais usadas eram nogueira e o mogno. Mobiliário mais ornamentado que o de Queen Anne e semelhante ao Georgiano, o encosto das cadeiras eram vazados com ornamentos centrais triangulares.