Arquitetura Eclética
Arquitetura Eclética é o nome atribuído à prática acadêmica do mundo ocidental, ocorrida entre as últimas décadas dos século XIX e primeiras do século XX, orientada para questões estilísticas, segundo a qual todos os estilos e tendências históricas da tradição ocidental – grego, romano, gótico, renascentista, barroco, juntamente com arquiteturas exóticas – chinesa, japonesa, indiana, islâmica – são considerados, isoladamente ou conjugados entre si, como tipos ou modelos para edifícios a serem projetados, podendo ainda fornecer figuras para a composição dos seus murais.
O Ecletismo foi uma tendência de arquitetura muito popular, devido ao fato, de que o arquiteto e seu cliente (média e alta burguesia) falavam a mesma língua, e ambos queriam a mesma coisa. Tal realidade era diferente de outros movimentos modernos de vanguarda, por exemplo, que faziam uma arquitetura intelectualizada, utilizando conceitos que exigiam um nível de abstração e conhecimento, que o público ainda não possuía.
(Galleria Vittorio Emanuele de Milão - Itália)
A prática eclética serviu bem ao público burguês de então, e os problemas “higiênicos” (crescimento descontrolado da população das cidades industriais - epidemias - sistema de esgoto e drenagem precários); funcionais, tecnológicos, e de conforto, foram nivelados aos problemas estéticos e estilísticos. É neste momento que ocorre a dissociação entre o construtivismo e a arquitetura, o que muitas vezes vai exigir a
colaboração entre um engenheiro e um arquiteto nas grandes obras, como estações ferroviárias, nos mercados, museus, teatros, etc. E ao arquiteto, nesta época, foi reservado um papel secundário, segundo uma crítica pejorativa que durou até meados do século XX, tachando-o de “decorador de fachadas.”
(Petit Palais de Paris - França)
(Palácio de Reichstag im Winter - Berlim - Alemanha)
No final do século XIX e início do século XX, a arquitetura eclética passa a conviver com outras tendências dissidentes, como o Art Nouveau, o Expressionismo, e mesmo o Movimento Moderno.
O Ecletismo no Brasil
Seu auge no Brasil surge nas primeiras décadas do séc. XX, com um grande número de construções públicas e privadas em todo o país, incluindo palácios de governo, teatros, colégios, inclusive influenciando as elites nas construções das suas mansões, até as camadas sociais mais baixas, que também começa a erguer suas residências num estilo eclético simplificado, dentro de seus recursos limitados.
Na medida em que o Estado brasileiro desejava se afirmar internacionalmente junto às grandes potências capitalistas, edificando em larga escala segundo os princípios mais "modernos" e internacionalizantes, uma burguesia emergente colaborava na proliferação de edificações monumentais, com interiores extremamente luxuosos e fachadas sobrecarregadas de ornamentos, a fim garantir sua aparência, seu "status", e igualmente expandir o mercado da construção civil, e o sistema de produção que ela mesma administrava.
Entre os arquitetos que mais se destacaram nesta época, estão Filinto Santoro, atuando em várias partes do Brasil, Ramos de Azevedo, e Domiziano Rossi em São Paulo. No Rio de Janeiro, destacou-se o arquiteto Heitor de Melo, e no Rio Grande do Sul, Theodor Wiederspahh. Vejamos algumas obras:
(Teatro Municipal de São Paulo - Ramos de Azevedo, Domiziano Rossi)
(Pinacoteca do Estado de São Paulo - Ramos de Azevedo, Domiziano Rossi)
(Palácio das Indústrias de Sâo Paulo - Domiziano Rossi)
(A antiga Cervejaria Brahma de Porto Alegre -RS - Theodor Wiederspahh)
Fonte: https://arquitetofala.blogspot.com.br/2011/12/ecletismo-e-arquitetura.html