HISTÓRIA
Thomas Wolsey, então Arcebispo de York e Ministro-Chefe do Rei, tomou-o de renda em 1514 e reconstruíu o solar do século XIV aí existente nos sete anos seguintes, entre 1515 e 1521, formando o núcleo do actual palácio. Wolsey gastou abundantemente para construir o mais refinado palácio da Inglaterra em Hampton Court. No entanto, o Rei Henrique VIII, fervendo de inveja com tamanha magnificência, fez com que o Cardeal perdesse influência, confiscou-lhe o Hampton Court Palace e obrigou-o a aceitar em troca o Richmond Palace.
As secções de Hampton Court em Estilo Tudor, que mais tarde foram reparadas e reconstruídas por Henrique VIII, sugerem que Wolsey tencionava fazer um palácio cardinalício Renascentista ao estilo dos arquitectos italianos como il Filarete e Leonardo da Vinci: plano simétrico rectilíneo, grandes apartamentos em destaque num piso nobre, detalhes clássicos. Jonathan Foyle sugeriu que Wolsey se inspirou na obra De Cardinalatu de Paolo Cortese, um manual para cardeais que inclui conselhos em arquitectura palatina, publicado em 1510. Elementos planeados de estruturas há muito perdidas de Hampton Court parecem ter sido baseados nos programas geométricos da Renascença, uma influência Romana mais subtil que os famosos bustos em terracota dos Imperadores Romanos de Giovanni da Maiano que sobrevivem no grande pátio. Hampton Court permanece como o único dos 50 palácios que Henrique VIII construiu com o financiamento da "Reforma".
O palácio foi tomado pelo senhor de Wolsey, Henrique VIII, por volta do ano 1525, apesar de o cardeal continuar a viver lá até 1529. Henrique VIII acrescentou o Grande Hall, o qual foi o último grande hall medieval construído pela monarquia inglesa, e o Court de Ténis Real, não a presente versão do jogo.
Em 1604, o palácio foi o local de encontro do Rei Jaime I com os representantes dos Puritanos ingleses, conhecida como a Conferência de Hampton Court; embora não se tenha chegado a acordo, o encontro levou o Rei a comissionar a King James Version da Bíblia.
Hampton Court em 1708, numa vista aérea daBritannia Illustrata de Jan Kip e Leonard Knyff.
Durante o reinado de Guilherme III e Maria II, partes das adições de Henrique VIII foram demolidas, foi acrescentada uma nova ala (parcialmente sob a supervisão de Sir Christopher Wren), e os apartamentos de cerimónia tornaram-se de uso regular. Metade do palácio Tudor foi substituído num projecto que durou de 1689 a 1694. Depois de a Rainha morrer, Guilherme III perdeu o interesse na renovação, mas foi no parque de Hampton Court que caiu do seu cavalo em 1702, morrendo mais tarde, devido aos ferimentos, em Kensington Palace. Em reinados posteriores, as salas de cerimónia foram negligenciadas, mas no reinado de Jorge II e da sua Rainha,Carolina de Ansbach, tiveram lugar novas renovações, com arquitectos como William Kent encarregue de desenhar as novas decorações. O Apartamentos Privados da Rainha estão abertos ao público e incluem o seu quarto e a sua sala de banho.
Desde o reinado de Jorge II, em 1760, os monarcas tenderam a favorecer outros palácios londrinos, e Hampton Court deixou de ser uma residência real. Originalmente tinha apartamentos que acolhiam residentes em graça e favor — uma delas foi Olave Baden-Powell, esposa do fundador do Escotismo— mas poucos permanecem ocupados agora. Um dos zeladores do palácio no século XIX foi Samuel Parkes que recebeu a "Victoria Cross" no "Charge of the Light Brigade", em1854.
Em 1796, começaram trabalhos de restauro no Grande Hall. Em 1838, a Rainha Vitória completou o restauro e abriu o palácio ao público. Um fogo importante nos Apartamentos do Rei, em 1986, levou a um novo programa de reatauro que só ficou concluído em 1995.
Fantasmas
A rainha Joana Seymour deu à luz o Principe Eduardo, o futuro Rei Eduardo VI, em Hampton Court no ano de 1537. Ela morreu ali doze dias depois, e diz-se que o seu fantasma assobra a escadaria do palácio até aos dias de hoje. A rainha Catarina Howard foi aprisionada ali em 1542 e diz-se que terá corrido pela Galeria Longa gritando para o Rei Henrique VIII salvá-la, antes de os seus guardas a apanharem e a arrastarem para longe. Dizem que um fantasma assombra o palácio, gritando por vezes na mesma galeria. Outros dizem ver o próprio Henrique VIII e Ana Bolena.
Em Dezembro de 2003, tornou-se público que em Outubro desse mesmo ano uma câmara do circuito-fechado de Hampton Court havia gravado uma imagem indistinta de "uma figura misteriosa com um longo casaco a fechar a porta de incêncio." De acordo com uma reportagem, "o palácio… mantém que essa cena providencia evidências de que os fantasmas existem."1 Uma visitante feminina também escreveu no livro de visitas, que deve ter visto um fantasma naquela área durante esse período. "Também estamos confusos - isto não é uma brincadeira, não manipulámos isto," disse Vikki Wood, uma porta-voz de Hampton Court, quando lhe foi perguntado se a foto que o palácio apresentou era uma travessura de Natal. "Nós não sabemos, genuinamente, quem é ou o que isto é."2Explicações para o fenómeno estenderam-se desde sugestões de investigadores empsicologia de que poderia ser um membro do público pensando que estava a ajudar fechando as portas, até outras sugestões de efeitos térmicos.